X-BOX 360 - Live!



            As melhores fotografias (clique)...
            

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

A crise imobiliária nos EUA e o Brasil.


A crise imobiliária nos EUA. Que lições podemos tirar?


Todos nós estamos acompanhando as recentes turbulências nos mercados financeiros mundo à fora. Turbulências estas iniciadas com o eminente mega-calote dos "mutuários" americanos do setor "sub-prime".

Mas, o que é este tal de "sub-prime"? Basicamente, são pessoas que não possuem meios de garantir o pagamento de seus empréstimos, ou seja, não possuem bens à serem "tomados" em caso de inadimplência. Na melhor das hipóteses, a garantia é o próprio bem financiado (Casa, apartamento, etc.).

Mas você emprestaria dinheiro a alguém, sem garantias de que receberá este dinheiro de volta?

Os bancos e fundos americanos emprestaram, e emprestaram muito dinheiro. E mum tempo em que os juros mundiais estão bastante baixos, busca-se alternativas para a uma maior remuneração do capital, e na grande maioria das vezes, estas alternativas são mais arriscadas. Troca-se risco por remuneração maior, o famoso "trade-off".

Com a enorme oferta de crédito inundando o mercado imobiliário americano, as construtoras previram um aumento considerável no consumo de unidades de moradia, e "saíram" construindo, e construindo, e construindo. O fato é que a tal demanda não apareceu, e o mercado ficou saturado de ofertas de casas. Deste modo, de acordo com a lei da oferta e da procura, o preço dos imóveis, no geral, caiu, e caiu bastante.

Esta queda no valor das unidades habitacionais acabou gerando uma aberração financeira. Um "mutuário", por exemplo, paga um financiamento de US$300.000,00 de seu imóvel, que com a queda dos preços, vale US$ 150.000,00.

Veja que, neste ponto, duas coisas bastante perigosas passam a "assombrar" os credores: 1 - O imóvel, que seria a garantia do financiamento, cobre apenas 50% do mesmo. 2 - O "mutuário" sente-se bastante tentado a simplesmente deixar de pagar o financiamento e abandonar seu imóvel.

E é esta incerteza sobre o recebimento dos financiamentos que tem deixado o mercado bastante apreensivo. O maior medo é que o calote se espalhe aos demais setores da economia americana, e até mundial. Algo bem possível de acontecer se observarmos a teoria do "Estouro da Boiada"*, proposta pelo economista Hyman Minsky**


Mas o que isso tem a ver com o Brasil?

Bem, na minha opinião, muito!

Nos últimos 4 anos a oferta de crédito aumentou 200%. Todo dia somos bombardeados na TV, rádio, outdoors, e até mesmo abordados na rua com a promessa de dinheiro fácil.

Esta oferta maciça de crédito tem tornado o brasileiro cada vez mais endividado. E esta dívida vem, sistematicamente, alongando sua duração. Hoje já é possível comprar um automóvel em 72 parcelas! O Brasileiro nunca esteve tão endividado como agora.

Por um lado, a oferta de crédito é boa. Alavanca o mercado e gera investimentos, mas por outro lado, num país com uma economia ainda frágil, e sem cultura financeira, como o Brasil, é um risco bastante relevante.

Conheço várias pessoas que comprometem mais de 70% de seus rendimentos mensais com pagamentos de carnês, crediários e financiamentos. Um absurdo! É a "cultura Casas Bahia". Ao menor sinal de instabilidade, estas pessoas vão se tornar inadimplentes. E quanto maior o número de inadimplentes, maior os juros cobrados pelas financeiras, criando maior dificuldade para o refinanciamento de dívidas, gerando mais inadimplentes.... alimentando o círculo vicioso que pode levar a uma quebradeira geral, bem parecida com aquela do mercado americano.

Estamos vivendo um período de pujança econômica. Nunca se consumiu tanto neste país. A indústria automobilística, por exemplo, nunca vendeu tanto. É recorde atrás de recorde. Seria tudo muito legal, lindo, se esta pujança fosse fruto do aumento da renda e dos níveis de emprego, mas não é. Tudo isso é fruto do crédito. As pessoas não estão comprando porque ganham mais, estão emprestando para comprar.

Sem querer aqui ser pessimista, ou até mesmo catástrofista, sem aumento real de renda, e com o endividamento sistemático da população, em certo momento isso tudo vai "estourar". Pode ser um "traque", pode ser uma bomba.... o tempo dirá.

* http://en.wikipedia.org/wiki/Financial_crisis
** http://en.wikipedia.org/wiki/Hyman_Minsky

quarta-feira, 4 de julho de 2007

A PERFEIÇÃO DIGITAL - Parte 1

Vivemos em uma sociedade cada vez mais exigente. Na maioria das vezes não aceitamos nada menos do que a perfeição.

A perfeição nos é mostrada, nos é empurrada. Tudo deve ser perfeito. Ou é perfeito, ou é lixo. Estamos chegando a um ponto em que bom é lixo. Só o perfeito vale.

Mas será que esta perfeição toda é fruto da nossa evolução? Será que o ser humano está se tornando um "super-ser"? A resposta é: Não!

Hoje quase tudo que é perfeito, é perfeito artificialmente. O cantor não desafina, a fotografia sai sempre bem enquadrada, a modelo do anúncio é maravilhosa e sua pele parece seda. Tudo lindo, como deve ser.

Mas, o cantor não desafina porque existe um equipamento corrigindo, em tempo real, seus deslises. A fotografia sai bonita porque é pós-processada e editada, e a modelo parece uma deusa porque as manchas em sua pele foram removidas, seu pescoço alongado, sua testa encurtada, seus cabelos clareados, e seus olhos corrigidos.



Auto Tune
Corrige, em tempo real, a afinação da voz de um(a) cantor(a)


As novas tecnologias estão banalizando a perfeição. É o que eu chamo de "Perfeição Digital", uma perfeição alcançada sem autenticidade, uma perfeição que em sua essência, não existe.

Sinto que o mundo tem perdido o romantismo, o humanismo. As coisas estão ficando cada vez mais automatizadas, pasteurizadas.

Na aviação civil, por exemplo, os pilotos de modernos jatos comerciais são proibídos de operar os controles do avião enquanto ele decola ou pousa, pois confia-se mais nos computadores de bordo do que na habilidade do piloto. No automobilismo de competição, os carros corrigem a trajetória, mudam as marchas sozinhos, controlam a tração com o solo e o regime do motor, tudo isso para evitar falhas. Falhas estas, claro, do elo mais fraco da corrente: O ser humano.

Não percebemos, mas estamos ficando desnecessários, obsoletos.

Encerro (por hora) este texto com uma das grandes questões filosóficas surgidas no século XX: "Os avanços das tecnologias e da sociedade, como um todo, tem tornado a vida das pessoas melhor?".

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Watts, Amperes, Volts e.... água?

A princípio as medidas elétricas parecem complexas de serem entendidas, mas se fizermos uma analogia à medidas hidráulicas os conceitos ficam mais "paupáveis". Vamos falar um pouco do básico:

Volt: É a diferença de potencial entre dois polos. É uma medida muito difundida, todo mundo sabe qual é a voltagem de uma bateria de carro(12V), da tomada da casa (110v), etc.

Analogia Hidráulica: Imagine duas caixas d'agua conectadas por uma mangueira. Uma das caixas está no chão e a outra em cima de uma plataforma. Quanto mais alta a plataforma, maior vai ser o diferencial entre as duas, e a água vai passar pela magueira, da caixa mais alta para a mais baixa, com mais pressão. Isso é voltagem.

Ampere: É a medida do fluxo elétrico (Corrente elétrica).

Analogia Hidráulica: É a quantidade de água que passa pela mangueira.As duas caixas d'agua estão conectadas por uma mangueira. A quantidadede água que passa de uma caixa (mais alta) para outra (mais baixa) é definida pela bitola (largura) da mangueira. Quanto mais larga a mangueira, mais água vai passar.

Podemos ter, por exemplo, um caso onde passa muita água (mangueira larga), mas devagar, com pouca pressão (diferença de altura das caixas d'agua pequena):

-> Amperagem Alta, Voltagem Baixa

Da mesma forma podemos ter um cenário onde passa pouca água(mangueira fina), mas com bastante pressão:

-> Amperagem baixa, Voltagem alta.

E assim por diante.

Bem, agora que já está claro o conceito de voltagem e, principalmente, amperagem, vamos falar sobre o mAh.

A capacidade de armazenamento de uma bateria é medida em mAh*, que quer dizer mili-amperes por hora.

Quando vemos na pilha escrito 2200mAh, significa que, em um equipamento que consome 2200mA (mili-amperes), esta pilha vai"funcionar" por uma hora.

Se o equipamento consome 1100mA, a pilha vai funcionar por duas horas, se o equipamento consome 3300mA a pilha vai funcionar por meia hora, e assim por diante.

Vamos voltar ao exemplo hidráulico: Podemos considerar a medida de"mAh" como a capacidade, em litros, da caixa d'agua. Se a caixa d'agua tem 2200 litros, e você consome 1100 litros por hora, por quanto tempo a água vai durar? Por duas horas! Quanto maior o seu consumo, menos tempo a água vai durar....

Existe ainda uma outra medida elétrica que é bastante importante. O watt.

Watt: É a medida do consumo elétrico (carga, força).

Analogia Hidráulica: O watt é diretamente relacionado à voltagem e a amperagem, ou seja, é diretamente relacionado a diferença de altura (potencial) das caixas d'agua e da largura da mangueira. Quanto maior estes valores (altura e largura da mangueira) maior vai ser a quantidade de água que vai passar de uma caixa para outra.

O Watt pode ser calculado da seguinte forma:
Watt = Voltagem * Amperagem (W = V * A)

da mesma forma,

A = W / V e V = A / W




Bem, agora, com todos estes conceitos, podemos fazer alguns cálculos para uma lanterna, por exemplo. No exemplo a seguir vou usar o farol da minha bicicleta (Um CatEye 500EL II - 2.4 Watts)

Veja, se ele usa 4 pilhas de 1,2 volts cada uma, portanto, a voltagem é de 4,8 volts (soma das quatro pilhas). A lâmpada deste farol consome 2.4 watts. Então, usando a fórumla A = W / V achamos que a corrente elétrica (amperagem) é 1/2 ou 0,5 amperes (ou ainda, 500 mili-amperes).

Se usarmos 4 pilhas de 1500mAh, o farol vai funcionar por 3 horas.

O exemplo do farol ficou *CLARO*??? (desculpe o trocadilho com o farol,hehehe)

Note que todos estes cálculos e definições são teóricas. Na prática acoisa costuma funcionar um pouco diferente.

* A medida de capacidade do SI (Sistema Internacional) é o Columb, mas na prática usa-se mAh.

terça-feira, 22 de maio de 2007

HDTV - Haja pixels!

Quanto ocupa de espaço cada frame descomprimido em uma transmissão HDTV?

Bem... é só fazermos alguns cálculos simples:

Profundidade de Cor: 24* bits por pixel (16+ milhões).

- 720p x 1278 x 24* = 22,08 Megabits = 2,76 megabytes (frame - 1/60s)
- 1080i x 1980 x 24* = 25,66 Megabits = 3,20 megabytes (campo - 1/60s)
- 1080p x 1980 x 24* = 51,32 Megabits = 6,41 megabytes (frame - 1/60s)

No topo da especificação (1080p), 1 hora de vídeo não comprimido ocupa 1,38 TERABYTE!



George Lucas utilizou a resolução de 4000 x 3000** (a 24 fps) para gravar aúltima parte do Star Wars em meio digital ao invés de filme 35mm. Nesta resolução, o filme que dura 2 horas precisa de 50 terabytes para ser armazenado! **

** http://en.wikipedia.org/wiki/Digital_cinematography

sábado, 19 de maio de 2007

Zoom digital é igual a zoom óptico?

Dia destes eu e um amigo estávamos discutindo se imagens feitas via Zoom Digital em uma câmera seriam iguais a imagens feitas via Zoom Óptico.

Pois bem, resolvi fazer um teste, e descobri que se você ficar na mesma posição e fazer fotos com diferentes distâncias focais (zoom) vai acabar com fotos cuja composição é diferente, ou seja, fotos que aparecem mais coisas (distância focal - zoom - menor) e fotos que aparecem menos coisas (distância focal - zoom - maior). ( veja fotos originais deste teste)

Descobri também que se você pegar estas fotos e recortá-las, simulando, desta forma, a aplicação de zoom digital, vai acabar imagens muito parecidas em que a disposição dos elementos segue a mesma distribuição e co-relação em todas elas.

Ou seja, ópticamente falando, o zoom digital produz imagens iguais ao zoom óptico.

É importante, porém, ficar atento para o fato de que a utilização de zoom digital, geralmente, degrada a qualidade da imagem.

Seguem os testes. Nota-se que as três imagens produzidas são iguais.

Foto feita utilizando-se distância focal de 380mm
(sem recorte digital) :




Foto feita utilizando-se distância focal de 130mm
(com recorte digital - Simulando 380mm)




Foto feita utilizando-se distância focal de 38mm
(com recorte digital e interpolação - Simulando 380mm)




Efetivamente, a única diferença que vai existir é que quanto maior a distância focal, menor a profundidade de campo (área que fica em foco). Veja artigo.